Um sonho

Hoje, num dos diversos “zappings” que fiz em busca de um programa ou filme interessante, vi os minutos finais daquele programa americano em que alguns apaixonados restauram e modificam carros antigos. Para ser franco, até acho foleiras algumas das alterações que fazem nos carros. Já para não referir que considero obsceno as somas que tais restauros envolvem. No entanto, nem tudo nesses programas é recriminável.

Assim, ainda que não tenha nem o carro, nem o dinheiro, nem exista cá um programa equivalente, é para mim claro que existem, de facto, carros que, apesar de ostentarem vinte ou trinta anos, continuam a ser carros muito elegantes, mesmo face aos carros de “último grito”. Pensem quantas vezes tiveram oportunidade de observar um desses velhinhos “calhambeques” a passar pelas ruas, e as pessoas que os viram passar tiveram a mesma reacção: ficaram a olhar para esses carros.

Um dos carros que gostaria de ter se fosse coleccionador, e/ou restaurar, um pouco na senda deste estilo de programas televisivos, e porque a minha marca de predilecção é a BMW, era o coupé 635 CSI, ou M6, também conhecido por E24, desenhado por Paul Bracq.

Trata-se de um desportivo para mim intemporal, que, ainda hoje, passados mais de 25 anos da sua apresentação, faz boa figura. A sua comercialização começou em 1976, com dois modelos: um com carburador, motor de 3,0 litros, que debitava 180 cavalos de potência, e um segundo, na variante CSI (motor de injecção directa), com motor de 3.3 litros, que debitava 200 cavalos. Em 1978 saiu o 635 CSI, que no final do período de vida do modelo, a divisão Motorsport da BMW fez algumas modificações, passando a ostentar a designação de M6 e o motor passou a debitar 315 cavalos de potência.

Por razões históricas, nomeadamente a destruição provocada pela segunda guerra mundial, e uma economia com pouco poder de compra no pós-segunda guerra mundial, obrigaram a BMW, para garantir a sua sobrevivência, a produzir modelos menos exuberantes, exluindo totalemente das linhas de produção os carros desportivos. Daí, só no final na década de 60, a BMW começou a pensar produzir desportivos, sendo o primeiro o Z1, e pouco depois surge este série 6, com o qual a BMW pretendia concorrer com modelos equivalentes da Porsche e da Mercedes.

Deste modelo foram produzidos mais de 50 mil exemplares com motores de 3,5 litros, incluindo os da variante M6. Após 86 216 unidades produzidas, em Abril de 1986, a BMW deixou de produzir este modelo. Contudo, dada a sua boa aceitação pelos consumidores americanos, este modelo continuou a ser produzido nos EUA até 1988.

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