Arrependimento e Perdão

“(…) Recuar para as coisas legítimas, arrepender-te, era impossível: o arrependimento é um facto católico, não é um facto social.(…)”
Carta de Capitão Rytmel à Condessa, in O Mistério da Estrada de Sintra, Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, Parceria A. M. Pereira, 2.ª Edição, 2005, pg. 226 e 227.

O arrependimento e o perdão, duas faces da mesma moeda, são dois dos mistérios da fé que considero mais importantes e, ao mesmo tempo, mais exigentes.

Perante o arrependimento verdadeiro, inequívoco e sem reservas, deve o perdão, nos mesmos termos, ser concedido.

Mas, na realidade, o perdão, como relata à sua amada o Capitão Rytmel, não existe no mundo social. Pelo contrário, apesar de todos termos pecados, todos atiramos pedras e excluímos aqueles que erram e/ou pecam, ainda que se tenham arrependido verdadeiramente…

O mundo anda enganado sobre a missão para a qual Ele nos veio chamar: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Esta missão transmite a mensagem mais revolucionária, em todos os aspectos, e que apela ao perdão total dos infelizes.

O Perdão, em toda a sua dimensão, comporta em si uma tarefa efectivamente Divina ou de Santidade. Mas o que é um facto, é que em Cristo não existem arrependidos, existem apenas filhos.

Assim, na sociedade e na igreja devemos pugnar para que o Reino dele exista, para que “(…) seja feita a sua vontade assim na terra, como no céu (…)”, porque todos, sem excepção, somos chamados à Santidade, e a todos está prometido ver a Deus se formos puros de coração.

Sem comentários: